sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

O Risco das usinas a fio d´água

O Risco das usinas a fio d'água

DAYANA AQUINO
Da Redação - Agência Dinheiro Vivo

Nos últimos anos a preocupação com o impacto ambiental dos projetos hidrelétricos têm impulsionado cada vez mais o uso da modalidade a fio d’água, que diferem dos projetos hidrelétricos com enormes áreas alagadas por aproveitarem a vazão do rio, não utilizando reservatórios ou os reduzindo significativamente. Por essa característica, a modalidade é defendida até por alguns grupos ambientalistas.

O menor impacto ambiental, no entanto, não pode ser o único motivo para incentivar a instalação de uma usina a fio d’água, principalmente nos projetos de grande porte, consideram especialistas. Na prática, reduzir o
tamanho do reservatório significa reduzir a energia armazenada, uma vez que no período de chuvas os grandes reservatórios acumulam água para geração posterior. Em períodos de estiagem, o trabalho é inverso: o Operador Nacional de Sistema Elétrico (ONS) determina a entrada em operação a pleno vapor de fontes complementares, as térmicas.

Nessa conta, soma-se o encarecimento do sistema, já que a geração térmica é mais onerosa e necessita de operação contínua, em patamar de carga reduzido para sua manutenção, conforme explica o diretor de Engenharia da Eletrosul, Ronaldo Custódio.

O risco é de os projetos de grande porte engatarem na onda dos reservatórios pequenos, que podem trazer custos futuros. Além da preocupação climática no longo prazo, oscilações e estiagens não são tão incomuns no Brasil. No curto prazo, o risco maior não é com o desabastecimento, e sim com o custo ambiental e as tarifas ao consumidor. Segundo Custódio, algumas usinas com aptidão para grandes reservatórios estão sendo projetadas como fio d’água.

Custódio diz que a falta de reservas de energia sempre torna necessário o acionamento de outras fontes para a complementaridade. Embora a preocupação ambiental esteja tomando novos contornos e apresentando uma nova ótica de infraestrutura, Custódio considera que o impacto de uma hidrelétrica é local, mas a operação de uma térmica e sua conseqüente emissão de gases poluentes acaba gerando um impacto muito maior. ( clique aqui para ler a íntegra )

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