segunda-feira, 31 de maio de 2010

Petrobras dobra a capacidade do COMPERJ e construirá porto

Complexo, que vai dobrar de capacidade, chama a atenção de investidores, que já começam a se instalar nos municípios e pretendem construir hotel e porto

A construção do Complexo Petroquímico do Estado do Rio de Janeiro (Comperj), em Itaboraí, já começa a provocar mudanças na cidade e no município vizinho, São Gonçalo. A obra, que inicialmente teria uma refinaria, agora contará com duas unidades e produzirá, além de matérias-primas para a indústria de plásticos, combustíveis. Sua capacidade passará de 150 mil barris diários de petróleo pesado para 330 mil barris diariamente.

O empreendimento – que deve gerar, até o fim de sua conclusão, 212 mil empregos diretos e indiretos – chamou a atenção de empresários e construtores que já começam a investir na região. Em Itaboraí, o grupo Maio/Paranasa investirá R$ 40 milhões na construção de um hotel com 200 quartos no Centro da cidade. Já São Gonçalo ganhará, em breve, a construção de um porto e o asfaltamento de 22 quilômetros de estrada que ligará o município ao Comperj e facilitará a locomoção de grandes peças necessárias para a construção do polo petroquímico e servirá para escoar a produção.

Para a secretária de Fazenda de Itaboraí, Therezinha Freitas, o Comperj criou inúmeras possibilidades de investimento na região. Nessa primeira fase, de terraplanagem do terreno onde a polo petroquímico será erguido, 116 empresas de construção, engenharia, logística, entre outras, participam das obras, gerando emprego e renda.

“Nessa fase inicial, 106 empresas com sede em outros municípios e dez daqui estão trabalhando na terraplanagem. Cerca de 3 mil empregos estão sendo gerados. Temos muitas etapas ainda a serem cumpridas que vão demandar muita mão de obra, gerar empregos e auxiliar no desenvolvimento do município e região”, explica.

Em São Gonçalo, a chegada do porto trará benefícios imediatos à população. Em reunião com a Petrobras e o Governo do Estado na última segunda-feira, a prefeita Aparecida Panisset e o secretário municipal de Fazenda, Antônio Moreno, acertaram os detalhes para a construção da unidade na praia da Beira, no bairro Itaoca.

“A prefeita pediu para que o acesso ao Porto fosse aumentado de 5,5 metros para 8 metros de calado, com a finalidade de facilitar a entrada de navios maiores, com isso, o investimento vai ter um custo extra de
R$ 240 milhões. A Petrobras já conseguiu R$ 160 milhões em seu orçamento e, em parceria com o governo do Estado, vai arcar com os R$ 80 milhões restantes”, explicou Moreno.

Segundo Aparecida Panisset, os investimentos da Petrobras irão aumentar o Produto Interno Bruto (PIB) do município em até 50% nos próximos anos. Hoje a arrecadação gira em torno de R$ 7 bilhões.

A construção do porto é necessária, segundo a Petrobras, para viabilizar a chegada das grandes peças que serão usadas na construção do Comperj e auxiliar o escoamento de toda matéria-prima produzida quando o polo estiver em funcionamento. Segundo a prefeita, após um estudo de viabilidade a praia da Beira se encaixou em todos os requisitos.

“A praia ainda deve passar por obras, para permitir que embarcações de grande porte façam carga e descarga, deixando São Gonçalo atrativo para a importação e exportação de produtos”, explicou.

De acordo com Aparecida Panisset, além da construção do porto a cidade terá uma estrada de 22 quilômetros asfaltados para atender as demandas do Comperj.

“Quinze quilômetros dessa via que fará a ligação entre o porto e o Comperj passarão por território gonçalense, o que significa que comunidades de Itaoca, Fazenda dos Mineiros, Jardim Catarina, Ipuca e Guaxindiba serão beneficiadas”, revelou a prefeita, acrescentando que solicitou a municipalização da rodovia, a fim de arrecadar com as concessões.

“São Gonçalo está estrategicamente localizado para atender as empresas satélites e devemos considerar que o aquecimento da economia local já deixou nossa área atrativa aos empresários”, garantiu a prefeita.

Aparecida afirmou que o porto trará riqueza e geração de emprego e renda para o município, sem, no entanto, estimar um número preciso.
Segundo o secretário de Fazenda, a desapropriação de toda a área da rodovia irá aumentar o valor arrecadado com o Imposto sobre a Transmissão de Bens e Imóveis (ITBI), além de movimentar cerca de R$ 8 bilhões por ano em equipamentos e matéria-prima.

“Teremos um aumento de 2% para 5%” de arrecadação, declarou o secretário.

Fonte: O Fluminense

terça-feira, 25 de maio de 2010

Dia da Indústria Brasileira - 25 de Maio

Em Homenagem a morte do engenheiro Roberto Simonsen.

Roberto Simonsen (R. Cochrane S.), engenheiro, industrial, administrador, professor, historiador e político, nasceu em Santos, SP, em 18 de fevereiro de 1889, e faleceu, no salão nobre da Academia Brasileira de Letras, em 25 de maio de 1948, quando saudava o primeiro-ministro belga, Paul van Zeeland, em visita oficial ao Brasil. Sucedendo a Filinto de Almeida, era o segundo ocupante da Cadeira n. 3. para a qual fora eleito em 9 de agosto de 1945 e recebido em 7 de outubro de 1946, pelo acadêmico José Carlos de Macedo Soares. 


Era filho do dr. Sidney Martin Simonsen e de d. Robertina Cochrane Simonsen. Descendia, pelo lado materno, da tradicional família Cochrane, que deu, a serviço do Brasil, engenheiros, militares, diplomatas e altos funcionários.

Iniciou os estudos em Santos, transferindo-se, mais tarde, para o Colégio Anglo-Brasileiro de São Paulo.

Formou-se em Engenharia Civil pela Escola Politécnica da capital paulista e dedicou-se a intensa atividade industrial e comercial. Começou a trabalhar, em 1909, na Southern Brazil Railway. De 1911 a 1912, ocupou a diretoria geral das obras da Prefeitura de Santos.

Logo a seguir, aos 24 anos de idade, fundou a Companhia Construtora de Santos.


Em 1919, foi designado membro da Missão Comercial Brasileira à Inglaterra e, posteriormente, representante do Brasil no Congresso Internacional dos Industriais de Algodão em Paris. Tomou parte na Conferência Internacional do Trabalho em Washington (EUA), datando dessa época a aproximação com o historiador e homem de estado Pandiá Calógeras, que foi ministro da Guerra no Governo Epitácio Pessoa.



A Companhia Construtora foi encarregada da construção dos quartéis do exército, obra a que ele dedicou grande diligência.

A organização estendeu-se aos Estados de São Paulo, Mato Grosso, Minas Gerais, Goiás, Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Rio de Janeiro. Em 1932, consagrou-se ao Movimento Constitucionalista de São Paulo.

Desempenhou papel importante no grupo de intelectuais que lançou o manifesto de que decorreu a fundação da primeira Escola de Sociologia e Política existente no Brasil e ali assumiu a cadeira de professor de História da Economia Nacional.

De seus ensinamentos e pesquisas resultaram obras como História econômica do Brasil, Aspectos da economia nacional e outras, sobre a evolução da indústria no Brasil.

Em 1934, foi eleito deputado federal por São Paulo.

Atuou em importantes comissões, em conselhos de caráter econômico, em congressos, e proferiu inúmeras conferências, reunidas depois em volumes. Em 1945, com a volta do país ao regime constitucional, o Partido Social Democrático de São Paulo apresentou o nome de Simonsen para o Senado, e sua vitória nas urnas foi expressiva.

Continuou a preocupar-se com os assuntos econômicos, no Senado e em congressos e conferências.

Como vice-presidente da seção brasileira do Conselho Inter-Americano de Comércio e Produção, atuou na reunião de outubro de 1947, em Petrópolis, em que defendeu a tese de um Plano Marshall para a América Latina.

Ao falecer, Roberto Simonsen era, além de senador, presidente da Companhia Construtora de São Paulo; presidente da Cerâmica São Caetano S. A.; presidente da Companhia Paulista de Mineração; presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo; vice-presidente da Confederação Nacional de Indústrias; vice-presidente do Conselho Superior da Escola Livre de Sociologia e Política, da Universidade de São Paulo.

Era membro de inúmeras instituições, nacionais e estrangeiras, entre as quais os institutos históricos e geográficos de São Paulo, Santos e Rio de Janeiro; a Academia Paulista de Letras; a Academia Portuguesa da História; o Clube de Engenharia do Rio de Janeiro; o Instituto de Engenharia de São Paulo; o National Geographic Society, de Washington e o Royal Geographic Society, de Londres.

Principais obras: O Município de Santos (1911); O trabalho moderno (1919); As crises no Brasil (1930); As finanças e a indústria (1931); A construção dos quartéis para o exército (1931); À margem da profissão (1932); Ordem econômica e padrão de vida (1934); História econômica do Brasil, 2 vols. (1937); Aspectos da história econômica do café (1938); Objetivos da engenharia nacional (1939); As indústrias e as pesquisas tecnológicas (1943); O Plano Marshall e a América Latina, relatório (1947).

terça-feira, 18 de maio de 2010

Saponificação - Sabão e Fabricação - Artigo 01/03


A fabricação de sabão para limpeza é conhecida há séculos e narrada pelos antigos historiadores.

Os gauleses foram os primeiros a manufaturar sabões de gorduras de cabra e de cinzas de madeira.

Nas escavações de Pompéia foi descoberta uma fábrica de sabão sepultada durante quase 2000 anos.


Acredita-se que os romanos adquiriram dos gregos seus conhecimentos sobre a fabricação de sabão.

Até o século XIV, os espanhóis e os italianos foram provavelmente os principais fabricantes de sabão.

A arte de produzir sabão foi introduzida na França, na cidade de Marselha durante o século XIII ou XIV.

Os sabões de Marselha eram de excelente qualidade, fabricados de óleo de oliva e álcali preparado a partir das cinzas de lenha e de algas.

A província espanhola de Castile deu seu nome ao sabão feito no local com óleo de oliva (Castile).

A fabricação de sabão foi, provavelmente, introduzida na Inglaterra durante o século XIV.

A primeira patente inglesa relativa à fabricação de sabão dita de 1632.

Uma das transformações mais revolucionárias sofridas pela indústria saboeira ocorreu em 1791, quando o químico francês Le Blanc descobriu o processo de fazer soda cáustica a partir do sal comum.

Este fato quase eliminou com a utilização de cinzas de lenha.

Os métodos de fazer sabão permaneceram inalterados durante muitos anos, embora o óleo de coco e o breu tivessem sido acrescentados à lista das matérias primas.

Quando os sabões foram feitos pela primeira vez na América, os métodos empregados foram copiados daqueles vigentes na Inglaterra.

Com o progresso rápido na indústria durante os séculos XIX e XX, a fabricação de sabão mudou um pouco e a maioria do sabão produzido no mundo de hoje é feito pelo chamado processo contínuo.

O conhecido sabão, usado principalmente para fins de lavagens e como agente emulsionante, consiste principalmente de hidróxidos de sódio ou potássio, de ácidos gordurosos.

Os sabões produzidos a partir de hidróxido de sódio (soda cáustica) são conhecidos como “sabões duros”, já os fabricados a partir de hidróxido de potássio são conhecidos como “sabões moles”.Outros tensoativos, freqüentemente conhecidos como detergentes sintéticos competem com os sabões em muitos usos.

Atualmente os sabões são muito mais sofisticados, pois temos: sabão em pedaço, sabão em pó , sabão de coco e os sabonetes.

Embora o sabão seja geralmente conhecido como um agente de limpeza, hoje em dia, é grande a porcentagem de sabões fabricados para diversas aplicações.
Uma dessas aplicações é a sua utilização como produto de toucador (sabonetes , sabões para barbear, cosméticos).


O sabão, como se poderia pensar, não desprende e elimina o sujo por ação química e sim por ação física, senão vejamos : as substâncias eliminadas são de naturezas diversas, como a argila a grafite os óleos minerais, as graxas, etc.

O que ocorre é que o sabão diminui as películas diminutas de gorduras que absorvem uma película de sabão com o que evitam o retorno a aglomeração, conseqüentemente, evitam o depósito de sujeira na roupa e a eliminam pela água.

O sabão provoca uma alteração na superfície da fibra têxtil na qual está aderida a sujeira, provocando uma diminuição na força de adesão, fazendo que ela passe para a espuma , ou seja , o sabão é formado por uma cadeia carbônica longa apolar e , portanto solúvel em gorduras e também por uma extremidade que tem um grupo carboxila polar e , portanto solúvel em água .

Óleo quente e álcalis concentrados são misturados. Centro: Salmoura fresca é adicionada a mistura, a fim de separar da solução o sabão formado. No fundo do recipiente acumula-se uma mistura de salmoura e glicerina, chamado de Barrela. A direita o sabão grosso é submetido à fervura para que todo o sal seja removido. Menos dura que os resíduos, sobrenada uma camada de sabão puro.

Sabão tipo português ( em pedaços )
Em um tanque encamisado ou não, coloca-se o sebo à temperatura de 60ºC e adiciona-se lentamente uma solução de soda cáustica a 50% até a completa saponificação (pH 6,5 – 7,5 ).

Ao ocorrer a saponificação adiciona-se solução de cloreto de sódio ( sal de cozinha ) que irá produzir a separação do sabão, que flocula em forma de pasta.
A parte líquida no fundo é composta por glicerina impura que poderá ser destilada uma ou duas vezes por processo simples ou a vácuo.

O sabão pronto é acondicionado em formas e posto a endurecer ao ar (sabão tipo mole ) ou ainda pode ser colocado em extrusoras sendo cortado no tamanho ou peso pré-determinado e depois prensado ( sabão tipo duro ).

Comum
Consiste na saponificação do sebo ( a 60ºC ) por soda cáustica líquida até a neutralização ( pH 6,5 – 7,5 ). Coloca-se o cloreto de sódio em solução para flocular o sabão. A pasta é colocada então em um agitador tipo amassadeira de pão ( batedeira de padaria ) e agita-se até o endurecimento e quebra do sabão. Depois o sabão é colocado em moinhos para ser moído.

Especial
É feito do mesmo modo acima só que pode levar as seguintes matérias primas: Carbonato de sódio – aumenta o poder de absorção do sabão em pó, é usado para aumentar o pH.

Metassilicato de sódio – aumenta a liga do sabão, isto é, provoca uma maior interação entre as matérias primas. Silicato de sódio – também aumenta a liga sendo que leva uma vantagem sobre o anterior por ser neutro , o metassilicato é alcalino.

Tripolifosfato de sódio – aumenta o poder de limpeza

Obs.: O pH de um sabão em pó deve estar entre 9,5 – 10,5.

segunda-feira, 10 de maio de 2010

Segundo navio sai até fim do ano

Segundo navio sai até fim do ano

Seg, 10 de Maio de 2010

Presidente da Transpetro disse que embarcação se chamará Celso Furtado
LULA escolheu homenagear 1º superintendente da Sudene


O presidente Lula achou que, ainda na condição de “chefe” do Palácio do Planalto, não veria mais nenhum navio do Estaleiro Atlântico Sul (EAS) ser lançado ao mar. Eis que o líder cometeu um “pequeno” engano. O presidente da empresa, Angelo Belellis, fez questão de interromper o discurso presidencial para informar que até o fim deste ano deverá estar indo à água o segundo “filho”, que já está entrando nos processos iniciais de construção. Lula não quis guardar segredo e resolvel revelar logo o nome desta embarcação: “Eu escolhi homenagear Celso Furtado”, afirmou, em alusão ao doutor em economia e primeiro superintendente da Sudene.
Todavia, antes de o segundo navio ir ao mar, o petroleiro João Cândido será totalmente concluído e enviado à Transpetro (subsidiária da Petrobras), que fez a encomenda para atender ao Programa de Modernização e Expansão da Frota (Promef I). De acordo com Belellis, o Suezmax ficará pronto até o fim de agosto, marcando a retomada da indústria naval brasileira. Trata-se da primeira embarcação de grande porte construída no Brasil a ser entregue ao Sistema Petrobras em 13 anos. A última havia sido o Livramento, cuja construção foi encomendada em 1987 e levou dez anos para ser concluída.

O João Cândido tem 274 metros de comprimento, investimento de US$ 120 milhões e capacidade para um milhão de barris de petróleo (metade da produção diária nacional), e será utilizado, principalmente, para o transporte de longo curso (viagens internacionais). Cerca de 3,7 mil funcionários trabalharam na edificação do empreendimento. Sem contar com os dois navios citados, o EAS tem mais 20 encomendas de petroleiros, além da plataforma P-55. Com encomendas do Promef, o Brasil já é o quarto maior fabricante de navios petroleiros do mundo, pois a demanda hoje é de 49 navios. O segundo lançamento de navio do Promef está marcado para junho, no Estaleiro Mauá (Rio de Janeiro).

Fonte: Folha de Pernambuco/PAULO MARINHO

Brasil lança o primeiro petroleiro em 13 anos

País lança primeiro petroleiro em 13 anos

Monitor Mercantil, 7/05/2010

Foi batizado e lançado ao mar, nesta sexta-feira, no Porto de Suape (PE), o primeiro navio petroleiro fabricado no Brasil após 13 anos.

A embarcação leva o nome de João Cândido, almirante negro que liderou a Revolta da Chibata - movimento iniciado no Rio de Janeiro em 1910 contra a aplicação de castigos físicos a marinheiros.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e cerca de sete mil pessoas, a maior parte operários, participaram da cerimônia. O filho de João Cândido também estava presente ao evento.

A embarcação tem 274 metros de comprimento e capacidade para transportar um milhão de barris de petróleo. Encomendado pela Transpetro, braço logístico do grupo Petrobras, o navio foi construído pelo Estaleiro Atlântico Sul, ao custo de R$ 300 milhões.

O presidente Lula disse que, durante muito tempo, o Brasil foi conhecido internacionalmente apenas pelo futebol, pelo carnaval e pela violência e que projetos como o Programa de Modernização e Expansão da Frota da Transpetro (Promef), têm mudado essa realidade.

sexta-feira, 7 de maio de 2010

Excassez de engenheiros? Formandos de 1980 viram o Brasil ficar 30 anos sem se desenvolver

Vidas na contramão do mercado de trabalho

Antes da turma de 1980 entrar na Poli, o País vivia o "Brasil Grande". Eles viram o Estado falir e falam da retomada da profissão

iG Economia

Eles viveram o fim do "Brasil Grande", a falência do Estado e o descontrole da inflação. Três décadas depois, os formandos da turma de 1980 da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (USP), uma das mais antigas e tradicionais faculdades do País, veem a profissão de engenheiro civil ser revalorizada. Clique abaixo para conhecer algumas histórias:

A profissão está atraindo novamente as melhores cabeças", diz o politécnico Mário Rocha Neto, um dos integrantes da turma de 1980. Fiel à engenharia civil nos últimos 30 anos, Rocha Neto pode falar com segurança sobre o assunto à frente de uma das superintendências da Gafisa, uma das maiores construtoras do País, na qual ingressou como estagiário em 1978.

Segundo Rocha Neto, a Gafisa absorve 450 estagiários por ano, e seu programa de trainee atrai 12 mil jovens, dos quais 20 ingressam nos programas da construtora. “Hoje, administramos 350 obras em todo o País", diz. "Há cinco anos, eram 30. A engenharia continuará crescendo nas próximas décadas.”

Da Escola Politécnica, criada em 1893, saiu boa parte da elite paulista. Entre eles, os empresários Olavo Setúbal (Banco Itaú), Rubens Ometto (da usina de açúcar e álcool Cosan) e Laércio Cosentino (da empresa de informática Totvs), além de políticos como Mário Covas, Paulo Maluf e José Serra (que não concluiu o curso).

Quando os garotos e garotas da turma de 1980, em sua maioria bons alunos de matemática e física, fizeram a escolha pela engenharia meia década antes, o Brasil vivia o milagre econômico: hidrelétricas eram construídas, pontes erguidas e rodovias rasgavam os confins do Brasil.

Foto: Arquivo

Os amigos da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (Poli-USP): Carlos Alexandrino, Artur Pesce, Carlos Jahara, Aurélio Falcon, Caetano Zani e Cláudio Kleine

Ao deixarem a Escola Politécnica, encontraram um Brasil em plena ressaca: viveram momentos de penúria na engenharia. "Foi o ano da crise fiscal. O governo, que era o grande cliente, quebrou", diz Antonio Sérgio Conte, engenheiro civil, que largou o emprego numa construtora nos anos de 1980 para abrir a própria empresa de consultoria em planejamento.

Engenheiros em formação

O cenário, agora, é bem diferente. A demanda por engenheiros está em alta. Neste ano, 50 mil jovens devem sair das faculdades de engenharia, o dobro do que o Brasil formava há dez anos. Segundo estudo do Instituto de Pesquisas Econômica Aplicada (Ipea), quase 1 milhão de novos engenheiros vestirão beca e pegarão o canudo até 2022.

"O engenheiro sai mais bem preparado do que acontecia em nossa geração", diz Carlos Alexandrino, outro politécnico de 1980, dono de uma construtora de porte médio em Campinas, no interior de São Paulo. "Hoje, os computadores fazem boa parte do trabalho de cálculo com mais rapidez e precisão."

Não basta, contudo, apenas o diploma. Os alunos mais destacados da Escola Politécnica também se aperfeiçoaram em outras áreas, com pós-graduação em administração ou cursos de especialização, como formação de lideranças.


Outros buscaram a especialização. Uma das raras mulheres em um ambiente predominantemente masculino (situação que mudou bastante nos últimos 30 anos), Gisela Coelho demorou sete anos para entrar na engenharia e acabou se debruçando sobre a área ambiental. “Ninguém falava em sustentabilidade naquela época. Hoje essa exigência é fundamental.”

Escassez de mão-de-obra?

Apesar da mudança da qualidade e da quantidade de engenheiros formados, há risco de escassez destes profissionais daqui pela frente - um apagão de mão-de-obra que poderá comprometer o crescimento brasileiro, sugerem especialistas.

Comparativamente com outras nações em desenvolvimento, o Brasil forma poucos engenheiros. A Coreia do Sul, com uma população quase três vezes menor do que a brasileira, fornece mais de 80 mil engenheiros por ano no mercado de trabalho.

No estudo "Escassez de engenheiros: realmente um risco?", publicado em fevereiro, o Ipea conclui que o Brasil poderá precisar de 2,4 milhões de engenheiros até 2022 se o PIB crescer 5%.

Se houver uma aceleração forte da economia, a situação se agravará. No cenário mais otimista de crescimento, de 7%, a demanda por engenheiros poderá aumentar para 3,9 milhões, projeta o Ipea.

Hoje, existem 750 mil engenheiros formados no Brasil, mas apenas pouco mais de 200 mil atuam diretamente na área. Meio milhão de engenheiros estão fora de sua carreira - migraram para o setor financeiro, prestaram concurso público ou exercem atividades bem longe da formação original.

"A gente ganhava muito pouco. Muitos foram para o mercado financeiro", diz Carlos Alberto Jahara, outro aluno da Poli, que trabalhou por 15 anos em informática, antes de voltar à engenharia há três anos.

Para atacar o problema e fazer com que eles voltem à profissão, os pesquisadores do Ipea concluíram que a situação exige maior investimento na formação e cargos e salários mais altos aos profissionais do mercado, a ponto de não só reter mas também atrair os que abandonaram a profissão.

"Não é fácil essa readaptação à engenharia", admite Jahara. Ele juntou sua experiência em informática ao aprendizado de engenharia. "Hoje, desenvolvo software para controlar à distância os custos de inúmeras obras de engenharia civis."

terça-feira, 4 de maio de 2010

Eike planeja construir refinaria com chineses no Porto de Açu


Eike planeja construir refinaria com chineses no Brasil

A parceria no setor de petróleo entre o empresário Eike Batista e a China vai envolver a construção de uma refinaria no Porto do Açu, no Estado do Rio de Janeiro, disse o empresário, nesta segunda-feira durante o Reuters Latin American Investment Summit.
Segundo Eike, as conversas estão sendo realizadas com todas as empresas do setor de petróleo da China e a refinaria local será condição para que o gigante asiático receba o petróleo bruto da OGX.
"Você quer meu petróleo? Refine um xis aqui", disse Eike sobre como estão sendo as negociações com os chineses. "Ele vai levar um xis em (óleo) bruto para a refinaria dele, e vai refinar um xis aqui", completou.
O tamanho da unidade vai depender do volume de produção do braço de petróleo do grupo EBX.
O oitavo homem mais rico do mundo, segundo a Forbes, está otimista com o crescimento da OGX e com a venda de participações em blocos da empresa no momento certo. Com essa venda, os acionistas da empresa receberão o seu primeiro dividendo, antecipou o empresário.
Segundo ele, nos últimos anos, excluindo o segmento de varejo, os grupos industriais que cresceram têm em comum a prática de fazer sua própria infra-estrutura.
"O sucesso dos grupos brasileiros é ter o sistema próprio dele, meio independente", afirmou citando CSN e Votorantim como exemplos. "O Votarantim foi para a energia para garantir a produção de alumínio", lembrou.
A mesma filosofia norteou a criação da OSX , construtora de estaleiros, para garantir a entrega das plataformas da OGX.
"Temos a demanda dentro de casa, só a encomenda de US$ 30 bilhões da OGX já faz o estaleiro viável", explicou o empresário que contabiliza três anos para a OSX "atingir a eficiência coreana".
"Só consegue fazer estaleiro eficiente com o modelo coreano, que é tamanho, é linha de produção...você precisa de área gigante e encomenda grande para isso acontecer, temos os dois", afirmou, referindo-se ao estaleiro em Biguaçu, Santa Catarina, que começa a operar em fevereiro de 2012.
Segundo Batista, BP e outras empresas estrangeiras que atuam no país já bateram na porta do grupo para possíveis futuras encomendas à OSX.
"A Pride já falou com a gente para ter um slot de produção (no estaleiro da OSX) para fazer um leasing com a Petrobras", informou.
Além dos planos para o Brasil, onde a OGX começa a produzir no primeiro trimestre de 2011, a companhia reservou US$ 200 milhões para o início de sua atuação na Colômbia, já que prepara partcicipação em rodada de licitações em junho no país.
"Lá é apenas onshore (blocos em terra), vamos gastar US$ 200 milhões no bid (oferta) e na exploração", informou o empresário.
No Chile, onde possui uma área no litoral norte do país, de 240.000 hectares, os planos de construção de porto e termelétrica estão ainda mais relevantes, na avaliação do empresário.
"Depois do terremoto a importância da Hacienda Castilla voltou com força ...a termelétrica vai gerar energia e produzir água para as mineradoras dos Andes", disse o empresário sobre o projeto no Chile.
De maneira geral, o empresário vê com otimismo o cenário para o Brasil nos próximos anos.
"Tem uma demanda reprimida no país extraordinária, com crédito, endividamento baixo... em 2020 o Brasil vai ter a melhor curva demográfica do mundo, então, puxa, não dá para você não enxergar 10 anos de crecimento contínuo".
Fonte: Reuters News

domingo, 2 de maio de 2010

A Logística da Indústria do Petróleo - Terminais

O processo logístico no downstream inicia-se em cada uma das refinarias existentes no país.

Os produtos são transferidos e armazenados nas bases de distribuição primárias, de onde seguem para bases de distribuição secundárias ou para clientes finais como postos de abastecimento, grandes consumidores e atacadistas.

No Brasil, os oleodutos autorizados pela ANP totalizam aproximadamente cerca de 7.500 km de extensão, sendo que 25% são destinados à movimentação de petróleo e 75% à movimentação de derivados e outros produtos.

Entretanto, do total de oleodutos, menos de 30% são classificados como sendo de transporte, ou seja, podem ser compartilhados.

Observando a sua estrutura, percebe-se que 62% dos dutos de transporte têm extensão a 15 km.

Os terminais são compostos por um conjunto de instalações utilizadas para recebimento, armazenagem e expedição de produtos, constituindo um elo fundamental na infra-estrutura de movimentação de petróleo e seus derivados.

Estão sujeitos ao livre acesso, segundo a Portaria ANP 251/00, os 45 terminais aquaviários, que representam 68% da capacidade de armazenamento brasileira (os terrestres são apenas 23) [ANP (2003)].

Em muitos casos, as instalações utilizadas para o escoamento da produção das refinarias são as mesmas para a recepção do produto importado ou proveniente de outras regiões do país.

Um exemplo é o Terminal Madre de Deus, na Bahia, situado a 4,5 km da Relam, que recebe petróleo bruto para a refinaria, faz o escoamento de parte de sua produção e ainda recebe derivados destinados a terminais terrestres no interior da Bahia.

O compartilhamento desse tipo de instalações, para operações de escoamento da produção e importação de derivados, evidencia a limitada capacidade disponível existente, tornando complexo o atendimento das demandas de acesso.

A tendência da indústria brasileira de petróleo para os próximos anos é de maturação dos investimentos feitos pelas parcerias entre empresas privadas e o governo, na busca da auto-suficiência, gerando, conseqüentemente, um aumento da produção de petróleo e exigindo uma expansão da infra-estrutura logística brasileira.

É fato que o crescimento da produção e do consumo de combustíveis requer, um esquema logístico considerável, principalmente com relação ao transporte e à armazenagem, pois, diferentemente da exploração e da produção, a abertura e a expansão do downstream não configuram um processo autônomo, na medida em que a logística representa um fator crítico no processo, principalmente se considerarmos que a infra-estrutura logística brasileira possui gargalos.

Apesar das especulações a respeito de novos investimentos em logística por parte da iniciativa privada, na prática o desenvolvimento de uma rede de distribuição sem parcerias com o governo é extremamente custoso e arriscado.

A suposição inicial era de que o acirramento da concorrência e, principalmente, a liberação da importação de derivados fossem elementos capazes de atrair as empresas privadas para investimentos em logística, sobretudo na construção de capacidade própria de armazenamento e transporte. Isso, entretanto, está sujeito às elevadas economias de escala, exigindo, assim, a construção de instalações maiores que as demandas marginais existentes.

É preciso realizar obras e investimentos e na infra estrutura de distribuição de derivados, equivalente as necessidade de abastecimento, o que equilibraria os custos de armazenamento.

As expectativas são de que a tendência observada na área de E&P, são o estabelecimento de parcerias entre o governo e as grandes empresas privadas já estabelecidas na atividades de distribuição de derivados, inclusive os novos entrantes.

Percebe-se que a indústria brasileira de petróleo, com respeito à logística de distribuição de derivados, está diante de um grande desafio: Transformar a logística num diferencial e expandir a infra-estrutura, eliminando os gargalos existentes.

sábado, 1 de maio de 2010

O dia do Trabalhador - 1 de Maio



O Dia Mundial do Trabalho foi criado em 1889, por um Congresso Socialista realizado em Paris.

A data foi escolhida em homenagem à greve geral, que aconteceu em 1º de maio de 1886, em Chicago, o principal centro industrial dos Estados Unidos naquela época.

Milhares de trabalhadores foram às ruas para protestar contra as condições de trabalho desumanas a que eram submetidos e exigir a redução da jornada de trabalho de 13 para 8 horas diárias.

Naquele dia, manifestações, passeatas, piquetes e discursos movimentaram a cidade.

Mas a repressão ao movimento foi dura: houve prisões, feridos e até mesmo mortos nos confrontos entre os operários e a polícia.

No dia seguinte, 4 de Maio, uma nova manifestação foi organizada como protesto pelos acontecimentos dos dias anteriores, tendo terminado com o lançamento de uma bomba por desconhecidos para o meio dos policiais que começavam a dispersar os manifestantes, matando sete agentes.

A polícia abriu então fogo sobre a multidão, matando doze pessoas e ferindo dezenas.

Estes acontecimentos passaram a ser conhecidos como a Revolta de Haymarket.

Em memória dos mártires de Chicago, das reivindicações operárias que nesta cidade se desenvolveram em 1886 e por tudo o que esse dia significou na luta dos trabalhadores pelos seus direitos, servindo de exemplo para o mundo todo, o dia 1º de maio foi instituído como o Dia Mundial do Trabalho.

Mártires de Chicago: Parsons, Engel, Spies e Fischer foram enforcados, Lingg (ao centro) suicidou-se na prisão.

No dia 11 de novembro, Spies, Engel, Fischer e Parsons foram levados para o pátio da prisão e executados.

Lingg não estava entre eles, pois suicidou-se. Seis anos depois, o governo de Illinois, pressionado pelas ondas de protesto contra a iniqüidade do processo, anulou a sentença e libertou os três sobreviventes.

Em 1888 quando a AFL realizou o seu congresso, surgiu a proposta para realizar nova greve geral em 1º de maio de 1890, a fim de se estender a jornada de 8 horas às zonas que ainda não haviam conquistado.

O incipiente movimento operário que nascera com a revolução industrial, começava a atentar para a importância da internacionalização da luta dos trabalhadores.

O próprio massacre ao movimento grevista de Chicago não foi o primeiro, mas passou a simbolizar a luta pela igualdade, pelo fim da exploração e das injustiças.

No Brasil, como não poderia deixar de ser, as comemorações do 1º de maio também estão relacionadas à luta pela redução da jornada de trabalho.

No Brasil as comemorações do 1º de Maio também estão relacionadas à luta pela redução da jornada de trabalho.

A primeira celebração da data ocorreu em Santos, em 1895, por iniciativa do Centro Socialista, entidade fundada em 1889 por militantes políticos como Silvério Fontes, Sóter Araújo e Carlos Escobar.

A data foi definida como feriado e Dia dos Trabalhadores em 1925, 30 anos depois.

Manifestação operária em 1º de Maio de 1919 no Rio de Janeiro. Reproduzida da Revista da Semana, 10 de maio de 1919.

Getúlio Vargas – que governou o Brasil como chefe revolucionário e ditador por 15 anos e como presidente eleito por mais quatro – o 1º de maio ganhou status de “dia oficial” do trabalho. Era nessa data que o governante anunciava as principais leis e iniciativas que atendiam as reivindicações dos trabalhadores, como a instituição e, depois, o reajuste anual do salário mínimo ou a redução de jornada de trabalho para oito horas.

Vargas criou o Ministério do Trabalho, promoveu uma política de atrelamento dos sindicatos ao Estado, regulamentou o trabalho da mulher e do menor, promulgou a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), garantindo o direito a férias e aposentadoria.


Hoje 1 maio de 2010 o dia do trabalhador, uma comemoração popular entre todos os trabalhadores do mundo, devemos refletir sobre os novos marcos do trabalho neste mundo industrial.