segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Parceria da Cedae com a Coppe vai gerar biodiesel a partir de fezes

30/08/2010 - 10:08
Parceria da Cedae com a Coppe vai gerar biodiesel a partir de fezes


A unidade será instalada na Estação de Tratamento Alegria, no Caju (Foto: Jorge Marinho/ Governo do Estado)

A Nova Cedae, em parceria com a usina termelétrica Termorio, vai investir cerca de R$ 5 milhões para construir a primeira usina piloto de biodiesel movida a fezes. A unidade, que terá tecnologia desenvolvida pela Coppe/UFRJ em 2003, será instalada na Estação de Tratamento Alegria, no Caju, conforme disse o presidente da estatal, Wagner Victer, para quem a nova usina, antes de ser construída, contou com análise detalhada dos insumos disponíveis e avaliação das técnicas de processamento visando à viabilidade do processo.
- Uma unidade de escala industrial advirá dos estudos que serão efetuados a partir desta planta piloto.
Para Victer, a primeira etapa do projeto é garantir que o custo não seja maior que o atualmente é pago. E acrescentou que o aperfeiçoamento do processo buscará a viabilidade para estimular os investimentos advindos da iniciativa privada.
- O material (fezes) é coletado na própria ETE, no decantador primário. É formado pelos sobrenadantes, que contam com aproximadamente de 10% de gordura - comentou, informando que a Cedae está discutindo com possíveis parceiros para a nova unidade para produzir em escala industrial.
A produção da unidade piloto, segundo ele, será de cerca de 6 mil litros/mês. Está produção, segundo ele, pode servir como aditivo a cerca de 120 mil litros de diesel/mês. E explicou que a mistura do insumo com a urina não compromete no aspecto qualitativo.
- Mas se fosse segregado na fonte teríamos um aproveitamento maior quantitativamente - comentou, acrescentando que também foi instalado sistema para aproveitamento energético do biogás e do lodo, com usina de filtração do gás e dois geradores elétricos, além de uma planta de pirólise de lodo, que gera bioóleo e biocarvão a serem queimados numa caldeira associada a turbina à vapor.
Victer disse ainda que há outro projeto sendo associado a este, para produção de biodiesel a partir do material coletado por caminhões em caixas de gordura que depositam este material na ETE Alegria. Para isso, a Faperj e a Finep estão aportando mais R$ 500 mil e R$ 200 mil, respectivamente, para adequar o sistema existente, uma vez que a concentração do material nestes equipamentos é muito maior que o material obtido no decantador. Esta adequação, diz, ficará pronta até dezembro, com perspectiva de produzir 20 mil litros/dia.
- Assim, a viabilidade está relacionada ao aproveitamento conjunto dos efluentes da ETE para que os mais viáveis ajudem os menos, fazendo com que o todo seja atraente no curtíssimo prazo.

domingo, 15 de agosto de 2010

Anunciada primeira fábrica brasileira de motos elétricas

Kasinski: primeira fábrica de motos elétricas

10/08/2010 13:19  - Foto Divulgação

Kasinski: primeira fábrica de motos elétricas
Nova planta no interior do Rio de Janeiro terá investimento de R$ 20 milhões

por Marcelo Cosentino
MotorDream

Rio de Janeiro/RJ - De olho na recente expansão de tecnologias verdes, a Kasinski anunciou em coletiva de imprensa realizada no Palácio das Laranjeiras, no Rio de Janeiro, a criação da nova empresa CR Zongshen E-Power (CRZ-E), voltada para a produção de motocicletas e bicicletas elétricas no Brasil.

O primeiro investimento da nova empresa será a construção de uma unidade industrial provavelmente na cidade de Sapucaia, Centro-Sul Fluminense. Os investimentos na planta serão de R$ 20 milhões e o início da produção está previsto para o primeiro semestre de 2011. Lá serão fabricados sete modelos: Duas bicicletas elétricas, duas scooters de 500 kW e 2.000 kW - esta já produzida em Manaus e chamada Prima Electra -, uma moto elétrica delivery de 4.500 kW e ainda uma scooter grande de alta performance de 6.500 kW, o equivalente a 400 cc.

Mais nova empresa dentro do grupo chinês Zongshen Industrial Group, um dos maiores fabricantes de motocicletas do mundo, a CRZ-E espera criar 150 empregos diretos em sua nova unidade fluminense. Os modelos desenvolvidos no Brasil na verdade já circulam no Canadá desde 2004, onde são produzidos por outra empresa também pertencente ao grupo chinês.

"Estamos acompanhando a estratégia global da nossa matriz em criar uma empresa dedicada ao desenvolvimento de veículos movidos a energia alternativa", revelou Claudio Rosa Junior, Presidente da Kasinski.

Único modelo que já é fabricado e vendido no Brasil, a Kasinski Prima Electra alia design europeu e baixíssimo nível de ruído por R$ 5.290. Automática, a pequena motocicleta oferece três modos de pilotagem: econômica, conforto e esportiva, e  conta com potência de 2 mil watts. Segundo a fabricante a motocicleta chega a velocidade máxima de 60 km/h e tem autonomia para rodar 50 km com apenas uma carga.

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

OGX descobre gás natural no Maranhão, estimado em meia Bolívia

OGX, de Eike Batista, descobre gás natural em bacia no Maranhão

FOLHA DE SÃO PAULO - 12/08/2010

A OGX Maranhão identificou a presença de hidrocarbonetos no poço OGX-16 na bacia do Parnaíba, anunciou a companhia em fato relevante divulgado nesta quinta-feira. Os testes apontam para altas pressões e presença de gás natural.

A OGX Maranhão, sociedade formada entre a MPX Energia S.A. (33,3%) e a OGX S.A. (66,6%) --ambas do grupo EBX, do empresário Eike Batista--, é a operadora e detém 70% de participação nesse bloco. Os outros 30% são da Petra Energia S.A.

"Essa descoberta abre uma nova fronteira exploratória em uma bacia terrestre, fato que não ocorria há aproximadamente duas décadas no Brasil" comentou Sr. Paulo Mendonça, diretor geral da OGX, no documento. "Essa descoberta marca o início da materialização de um importante complexo de geração térmica a gás natural no Brasil,", afirmou Eduardo Karrer, CEO da MPX.

Com os dados sísmicos obtidos até o momento, já foram mapeados em torno de 20 novos prospectos, "sinalizando para o altíssimo potencial dessa região da bacia, na qual a OGX Maranhão detém 7 blocos, totalizando 21.000 km", diz a companhia no fato relevante.

O Complexo de Geração Térmica do Parnaíba, parceria entre a MPX e a Petra Energia, já possui licença prévia para a implantação de usinas a gás natural, que, somadas, podem chegar a.863 MW.


Potencial de reservas da OGX no Maranhão equivale a "meia Bolívia", diz Eike Batista

FOLHA DE SÃO PAULO - 12/08/2010

O empresário Eike Batista estimou que o potencial das reservas da OGX Maranhão, sociedade formada entre a OGX e a MPX Energia, seja de 10 trilhões a 15 trilhões de pés cúbicos de gás, o equivalente a 15 milhões de metros cúbicos por dia.

"É meia Bolívia. É metade do que o país entrega para o Brasil pelo gasoduto Brasil-Bolívia", afirmou o empresário nesta quinta-feira. O Gasbol, como é conhecido o gasoduto, tem capacidade de transporte diária de 30 milhões de metros cúbicos.

Segundo Eike, são produzidos diariamente, no país, cerca de 60 milhões de metros cúbicos de gás. "Os 15 milhões de metros cúbicos que estamos querendo produzir seriam 25% da produção diária brasileira", acrescentou Batista, que é presidente do conselho de administração da OGX e da MPX.

Por volta das 14h40, as ações da OGX na Bolsa de Valores de São Paulo subiam 3,1%, enquanto o Ibovespa registrava quase estabilidade (0,08%).

De acordo com fato relevante divulgado nesta quinta-feira, a OGX Maranhão identificou a presença de hidrocarbonetos no poço OGX-16 na bacia do Parnaíba e testes apontaram "para altas pressões e presença de gás natural".

A OGX Maranhão, sociedade formada entre a MPX Energia S.A. (33,3%) e a OGX S.A. (66,6%), é a operadora e detém 70% de participação nesse bloco. Os outros 30% são da Petra Energia S.A.

"Essa descoberta abre uma nova fronteira exploratória em uma bacia terrestre, fato que não ocorria há aproximadamente duas décadas no Brasil" comentou Sr. Paulo Mendonça, diretor geral da OGX, no documento. "Essa descoberta marca o início da materialização de um importante complexo de geração térmica a gás natural no Brasil,", afirmou Eduardo Karrer, CEO da MPX.

A OGX também divulgou hoje lucro líquido de R$ 57,8 milhões no segundo semestre. O valor mostra uma importante recuperação em relação ao mesmo período do ano passado, quando a empresa teve prejuízo de R$ 177 milhões.

RESERVAS

De acordo com dados da ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis), no ano passado, as reservas provadas de gás natural ficaram em torno de 357,4 bilhões de metros cúbicos, um decréscimo de 1,8% em relação a 2008.

Entre os anos de 1964 e 2009, as reservas provadas de gás natural cresceram a uma taxa média de 7,1% ao ano. A evolução das reservas de gás no país apresenta um comportamento muito próximo ao das reservas de petróleo, porque, na maior parte dos atuais campos em produção, o gás está associado ao petróleo.

Para produzir o óleo --mais rentável--, é preciso dar um destino ao gás. São três as opções: transporte por gasoduto para o continente, reinjeção nos poços ou queima --a mais ineficiente.

Os dados da agência reguladora apontam que a produção de gás natural em março --último dado disponível-- teve queda de 1,6%, atingindo média diária do total de 59,5 milhões de metros cúbicos por dia.

domingo, 1 de agosto de 2010

A história industrial do Rio de Janeiro

A história industrial do Rio de Janeiro

Do Portal de Luís Nassif

Do Blog de Marcio Luiz Almeida de Azevedo, qui, 29/07/2010



Atividade Industrial e perspectivas do Rio de Janeiro

1- PRIMÓRDIOS

Durante toda a metade do séc. XIX, os impedimentos para o processo de industrialização no Brasil partiam diretamente da Inglaterra, visto que o país era um bom mercado consumidor para seus produtos. Desde 1810 através do Tratado de navegação e comércio, as relações com a Inglaterra haviam sido priorizadas. Foi somente a partir de 1844, com a Tarifa Alves Branco, que elevou as taxas médias de importação para 44%, e a Lei Eusébio de Queirós (1850), que proibiu o tráfico de escravos, que tivemos o primeiro impulso no processo de industrialização no país.

O processo de industrialização do Brasil teve início no Rio de Janeiro através do visionarismo do Barão de Mauá. Em 1846 o barão fundou o Estabelecimento de Fundição e Companhia Estaleiro da Ponta da Areia, que no ano seguinte já multiplicara por quatro o seu patrimônio inicial, tornando-se o maior empreendimento industrial do país, empregando mais de mil operários e produzindo navios, caldeiras para máquinas a vapor, engenhos de açúcar, guindastes, prensas, além de artilharia, postes para iluminação e canos de ferro para águas e gás. Deste complexo saíram mais de setenta e dois navios em onze anos, entre os quais as embarcações brasileiras utilizadas nas intervenções platinas (leia-se Guerras) e as embarcações para o tráfego no rio Amazonas. O estaleiro foi destruído por um incêndio em 1857 e reconstruído três anos mais tarde. Faliu de vez quando a lei de 1860 isentou de direitos a entrada de navios construídos fora do país.

Nas décadas seguintes, outros empreendimentos foram surgindo, em sua maioria voltados para a produção de bens não-duráveis e semiduráveis tais como dentrifícios, sabões, bebidas, fumo, alimentos, tecidos, roupas e calçados, destacando-se também a indústria moveleira (bens duráveis). Uma das mais importantes fábricas do período foi a CIA PROGRESSO INDUSTRIAL, uma das primeiras indústrias têxteis do país, fundada em 1889 e situada em Bangu. Data também do fim do séc. XIX a FUNDIÇÃO PROGRESSO, na Lapa, que produzia fogões e cofres.

2- O século XX

Foi no decorrer das primeiras décadas do século XX que a pioneira indústria carioca teve sua dinâmica alterada, perdendo a liderança para São Paulo e passando a ocupar a segunda posição no conjunto da produção nacional, principalmente em função dos lucros excedentes gerados pelas exportações de café por parte dos produtores paulistas. A queda da participação relativa do Rio de Janeiro no cenário industrial do País foi, porém, acompanhada por uma diversificação na produção local, onde se destacaram as indústrias metalúrgicas, de minerais não metálicos, química e farmacêutica, bebidas, editorial e gráfica, além da construção civil.

Conquanto ainda fosse expressivo o peso dos ramos de bens de consumo imediato, os tradicionais produtores de tecidos, vestuário e calçados, já sobressaíam os fabricantes de bens intermediários e até mesmo de bens de capital.

A partir da década de 1930, e integrando o processo de diversificação, um outro fenômeno marcou a história da indústria do Rio de Janeiro: o deslocamento espacial das unidades produtoras, ou seja, o abandono de fábricas anteriormente localizadas nas áreas do centro, zonas sul e norte da cidade, e sua instalação em novas localidades da então capital do Brasil.

Dentre os fatores que teriam promovido tal movimentação, se destacavam:
o progressivo crescimento da cidade; o aumento nas dimensões tanto das empresas quanto das fábricas; a busca de novos mercados consumidores; alterações nos meios de transportes e nos fluxos de energia, além de mudanças tecnológicas da própria indústria. Uma das direções seguidas por esse deslocamento foi através da abertura de novas unidades na periferia da cidade ou em áreas satélites do Rio de Janeiro. Essas mudanças levavam em conta tanto o crescimento interno das fábricas quanto a busca de terrenos mais baratos tendo em vista a valorização de certas áreas da cidade em virtude de obras de urbanização empreendidas pela municipalidade.

Além disso, a construção da CSN no Vale do Paraíba, em Volta Redonda (inaugurada em 1946), atraiu inúmeras novas plantas industriais para a região, tanto do setor metalúrgico, quanto do setor de bens de consumo. Além do mais, a abertura da atual BR-116 (Via Dutra), inaugurada em 1951, e da Avenida Brasil, em 1946, foram fatores fundamentais de espalhamento das indústrias, tendo a Baixada Fluminense sido bastante beneficiada por este processo. A Via Dutra é considerada a rodovia mais importante do Brasil, não só por ligar as duas metrópoles nacionais, mas bem como atravessar uma das regiões mais ricas do país, o Vale do Paraíba e ser a principal ligação entre o Nordeste e o Sul do Brasil. A Avenida Brasil atravessa 28 bairros, fazendo importantes ligações: com a BR-040 (Rio-Belo Horizonte), a Via Dutra e a BR-101 tanto no sentido norte (direção Espírito Santo), quanto no sentido sul (Rio-Santos).

Na década de 60, tentando retomar parte do dinamismo perdido pela atividade industrial na Guanabara (atual município do Rio de Janeiro), o Governador Carlos Lacerda criou o distrito industrial de Santa Cruz, atraindo empresas como a Cosigua (Grupo Gerdau), White Martins e a Casa da Moeda do Brasil, entre outras. Lacerda criou também o distrito industrial da Avenida Brasil.

3- A decadência

A partir da segunda metade da década de 70, o Rio de Janeiro entrou em um processo de decadência econômica bastante acentuada. Entre as causas desse processo podemos apontar:
a) Transferência da capital para Brasília e não-realização dos investimentos prometidos pelo governo federal;
b) A criação do estado da Guanabara, que deixou o estado do Rio completamente órfão de inúmeros recursos;
c) A transferência para Brasília de inúmeros órgãos federais, esvaziando parte da economia do estado;
d) A crise econômica internacional que se arrastou por boa parte da década de 80, com reflexos profundos e duradouros na economia brasileira;
e) O elevado endividamento externo do país e dos estados, maximizado pela subida dos juros internacionais, a partir de 1979;
f) As sucessivas más administrações, sem projetos concretos e de longo prazo para o estado;
g) O arrocho salarial da classe média, a elevação do desemprego e o declínio na formação profissional;
h) A decadência da Indústria naval e a privatização da navegação de cabotagem;
i) A favelização excessiva, a expansão do crime organizado e a precarização de áreas como a Zona Norte do município do Rio.

Como resultados concretos, durante vários anos o PIB foi encolhendo, indústrias foram fechando as portas e o setor de logística, igualmente afetado, foi perdendo pujança, com a falência de dezenas de empresas. Pode-se afirmar que o Estado não soçobrou totalmente devido ao início e à posterior expansão das atividades ligadas ao petróleo na região Norte Fluminense, que atraíram inúmeras empresas de suporte para a região, e até hoje rendem royalties vultosos para o estado e para mais de metade dos municípios.

4- A retomada

A recuperação só começou, ainda que timidamente, na segunda metade da década de 90, com a construção da Volks caminhões em Resende (comprada pela MANN, em 2009). Daí para frente, outras plantas industriais foram sendo atraídas aos poucos para o estado. No entanto, foi a partir de 2003 que o governo federal começou a tomar iniciativas no sentido de revitalizar de vez o parque industrial do Rio, levando em conta suas perspectivas de, a médio prazo, estimular o crescimento industrial do país. O Rio entrou na lista de prioridades por seu significado histórico, por ser o segundo pólo industrial do país e pela localização privilegiada, além de possuir uma boa infra-estrutura e a maior parte das reservas de petróleo do Brasil. Mesmo com as dificuldades de relacionamento com a tacanha governadora, vários projetos foram elaborados. A partir de 2007, em função da visão de longo prazo do novo governador, uma série de projetos começaram a ser implementados.

Atualmente, há inúmeros projetos industriais nos mais variados estágios de implantação, e as perspectivas são de que nos próximos 4 anos o Rio de Janeiro reafirme sua importância histórico-econômica no cenário nacional. Vejamos então, alguns dos setores industriais do estado, alguns dos projetos em implantação e dados econômicos do estado.

A- Atividades industriais implantadas e em implantaçãoO setor mais importante é o petrolífero, pois gera a maior parte das receitas seja através dos impostos e dos royalties, seja devido às exportações. A sede daPETROBRAS fica no Rio, além da REDUC, dos campos exploratórios de gás e petróleo, das novas bacias do pré-sal e do COMPERJ (Complexo Petroquímico do Estado do Rio de Janeiro) em Itaboraí, que já está em construção. Além disso, há a refinaria de Manguinhos e o Pólo Gás-Químico de Duque de Caxias.

Outro setor forte é o sidero-metalúrgico. Além da CSN, tradicional siderúrgica de Volta Redonda, a COSIGUA, na Zona Oeste do município do Rio é uma importante siderúrgica com base em sucata. Recentemente o grande conglomerado alemão Thyssen Krupp, associado à CVRD inaugurou uma importante siderúrgica (CSA) em Santa Cruz, com investimentos de mais de 8 bilhões. Em Resende e Porto Real há um complexo metalúrgico graças às fábricas da MANN Caminhões e da PEUGEOT-CITRÖEN, pois em função dessas duas, várias empresas parceiras ali se instalaram. Além disso, ao longo da via Dutra, principalmente na Baixada Fluminense há várias metalúrgicas. A Baixada também vem se notabilizando devido ao setor de cosméticos que cresceu consideravelmente nos últimos anos. O Rio concentra várias grandes empresas dosegmento como L’Oreal, Embeleze, Niely e Suissa. Somente Nova Iguaçu possui cerca de 30 empresas de cosméticos.

Empresas de vários segmentos têm-se instalado em Duque de Caxias, tais como o Jornal O Globo e o Carrefour, aproveitando a privilegiada posição do município, próximo das principais rodovias brasileiras: Linha Vermelha, Linha Amarela, Rodovia Presidente Dutra, Rodovia Washington Luiz e Avenida Brasil, além da proximidade do Aeroporto Internacional Tom Jobim e a distância de apenas 17 km do Centro do Rio, levando seus produtos facilmente para grandes centros consumidores: São Paulo, Minas Gerais e Sul do Brasil. O maior parque industrial do Rio de Janeiro fica no município, tendo empresas cadastradas como Texaco, Shell, Esso, Ipiranga, White Martins, IBF, Transportes Carvalhão, Sadia, Ciferal, entre outras. No cadastro industrial da Firjan, Duque de Caxias ocupa a segunda posição em número de empregados no Rio de Janeiro e a terceira em número de estabelecimentos, atrás apenas da própria capital e de Petrópolis. Em São João da Barra, norte do estado, está sendo construído o complexo do Porto do Açu, um empreendimento da LLX logística. Tal empreendimento irá dinamizar toda a região, gerando empregos elevando desenvolvimento econômico. Fica próximo aos campos de petróleo offshore nas

Bacias de Campos, Santos e do Espírito Santo. Terá seis braços de atracação para navios graneleiros e quatro braços de atracação para contêineres, produtos siderúrgicos, carga geral e embarcações de apoio a atividades offshore. Na retroárea do complexo será construída uma Zona Industrial, com uma área de 7.800 hectares, projetada para abrigar um pólo industrial que incluirá: um terminal para minério de ferro, plantas de pelotização, usinas termoelétricas, um complexo siderúrgico e um pólo metal-mecânico, para atender às demandas das indústrias de petróleo e bens de capital, unidades petroquímicas, refinarias, indústrias cimenteiras e pátios para armazenagem de granéis e carga geral. O projeto também inclui centros de distribuição e consolidação de cargas, instalações para embarcações de apoio a atividades offshore, montadoras de automóveis e clusters de processamento de rochas ornamentais.

O Rio de Janeiro é hoje o terceiro exportador de rochas ornamentais do país. As regiões norte e noroeste do estado possuem condições amplamente favoráveis paraampliação desse setor. Outro setor importante no Rio: o estado sedia 95% da produção de lentes para óculos no mercado brasileiro.

No Rio de Janeiro estão as duas únicas usinas nucleares do país e a terceira já está em fase licitatória. Angra 3 terá potência elétrica de 1.350 MW. Somada às outrasduas unidades (Angra 1 e Angra 2) produzirá energia suficiente para suprir umacidade como o Rio de Janeiro. Ou seja, o Rio de Janeiro é o principal pólo energético do país pois congrega petróleo, gás e energia nuclear.

O setor naval voltou a crescer. Após a derrocada durante os governos Sarney/Collor/FHC, quando foi totalmente sucateado, o setor voltou a produzir, principalmente devido às encomendas de PETROBRAS que orientada pelo presidente Lula, voltou a encomendar plataformas e navios no país. Também agregado à Petrobras, o setor de produção de peças para exploração de petróleo vem crescendo bastante no estado. De olho na grande demanda de tubos que serão necessários para tirar do papel os projetos da petrolífera, a alemã Schulz já iniciou a construção de sua terceira unidade no Brasil. A nova fábrica será instalada no mesmo terreno em que estão as outras duas plantas, em Campos, na Região Norte do estado. O Rio conta com 648 empresas fornecedoras da cadeia de petróleo e novos investimentos estão sendo planejados para os próximos anos.

Há inúmeras outras empresas atuando e planejando novos investimentos como é o caso da gigante francesa Michellin que inaugurou mais uma fábrica no Rio, a Souza Cruz, o setor farmacêutico, a Xerox, o setor cimenteiro, o setor cervejeiro entre dezenas de outros. Seria muito cansativo ficar citando todas as iniciativas.

Para contribuir com este ciclo de desenvolvimento econômico-industrial do Rio de Janeiro o governo federal está construindo em parceria com o governo estadual o Arco Rodoviário do Rio de Janeiro. O Arco Rodoviário é uma das obras mais importantes para o desenvolvimento do estado, pois vai estruturar toda a malha rodoviária da região metropolitana. Cinco grandes eixos rodoviários serão conectados por meio do empreendimento: A BR-101/Norte (Rio – Vitória), BR-116/Norte (Rio – Bahia), BR-040 (Rio – Belo Horizonte), a BR-116/Sul (Rio – São Paulo) e a BR-101/ Sul (Rio – Santos).

A extensão total de nova rodovia construída é de 95,9 quilômetros, sendo 25 sob responsabilidade do DNIT e 70,9 quilômetros pavimentados em convênio com o Estado do Rio de Janeiro. Somando esses segmentos ao trecho já existente, o Arco terá 145 quilômetros de extensão. Quando concluído, ele vai eliminar o conflito entre o tráfego de carga e o trânsito do Grande Rio, facilitando o acesso ao Porto de Itaguaí e contribuindo para tornar menos penosa a migração pendular dos trabalhadores da região metropolitana do Rio de Janeiro. Para finalizar é preciso sinalizar que este artigo tentou mostrar um pouco do histórico das atividades industriais do Rio, e por isto mesmo não teve aintenção de mostrar todo o escopo do processo econômico do Estado. É preciso levar em conta que se o setor primário não tem grande importância para a formação do PIB estadual, o setor terciário é o maior formador do PIB. Este não foi abordado, mas se pensarmos a economia do estado como um todo podemos perceber que está no terciário a grande chance de o Rio de Janeiro dar um salto espetacular em termos econômicos.

Teremos a realização da Copa do Mundo de futebol em 2014 e o Rio sediará os Jogos Olímpicos de 2016. Isto significa que setores como o turismo, o comércio e os serviços de uma forma geral terão de passar por incríveis mudanças nos próximos anos. Ou seja, as perspectivas de expansão econômica do estado do Rio de Janeiro são absolutamente impressionantes. A geração de empregos ficará por muito tempo na casa das centenas de milhares e o setor educacional terá de atender pelo menos uma parcela significativa desta demanda. Obviamente que haverá necessidade de importação de trabalhadores quer de outros estados, quer de outros países como já vem ocorrendo.

Fica claro que o Rio finalmente voltou a ser um grande estado, que está retomando sua posição de destaque na federação.

B- Alguns dados:

ECONÔMICOS-PIB: R$ 419 bilhões (2009 – IBGE)
-PIB per capita: RS$ 26.250,00 (2009 – IBGE)-% do PIB nacional: 13,0% (2009 – IBGE)

ENERGIA-Produção de Petróleo: 1,6 milhão de barris/dia (82% da produção nacional)
-Produção de Gás: 24 milhões de m3/dia (41% da produção nacional)-Energia Elétrica: capacidade instalada de 7.400 MW


EMPREGO E RENDA
-Taxa de Desemprego: 7,0% (2010 - IBGE)-Rendimento Médio do Trabalho Principal: R$ 1.444,00 (MAIO-2010/IBGE)

BALANÇA COMERCIAL-Exportações: US$ 6,2bi (1º quadrimestre/2010)
-Importações: US$ 4,4bi (1º quadrimestre/2010)