Por: Lívia Neder 04/09/2011 O FLUMINENSE
Se há preocupações em relação aos impactos ambientais e sociais, em contrapartida cresce a esperança no desenvolvimento econômico e em novas oportunidades de trabalho
O Complexo Petroquímico do Estado do Rio de Janeiro (Comperj) teve seu projeto inicial alterado e terá agora duas refinarias e utilizará o gás do pré-sal. Isso fez aumentar as expectativas no Leste Fluminense. Se há preocupações em relação aos impactos ambientais e sociais, em contrapartida cresce a esperança no desenvolvimento econômico e em novas oportunidades de trabalho. A previsão inicial era de que todo o empreendimento gerasse 200 mil empregos diretos e indiretos.
O deputado estadual Robson Leite (PT), presidente da Comissão da Alerj de Acompanhamento ao Comperj, acredita que a entrada de mais uma refinaria deva gerar mais 15 mil vagas de trabalho. Ele afirma que a comissão está preocupada com os impactos que os municípios do entorno do empreendimento vão receber, sejam eles positivos ou negativos, e a inclusão de mais uma refinaria aumenta as preocupações existentes.
“A questão ambiental está mitigada no processo de licenciamento e se outra refinaria foi aprovada é porque o órgão competente acredita que é viável, mas vamos fiscalizar. Já a questão social merece uma atenção maior. Estamos debatendo o Plano Diretor Regional, que já deveria estar pronto. Ele vai dar diretrizes para o desenvolvimento de toda a região, e muitos municípios estão atrasados na elaboração dos seus próprios planos”, relata o parlamentar.
Robson Leite informou, ainda, que foi solicitado à presidência da Alerj que a comissão passe de temporária para permanente. O encerramento dela está previsto para o mês que vem.
“Mais importante do que elaborarmos um relatório final é darmos continuidade ao acompanhamento e à fiscalização deste empreendimento, que é o maior da história da Petrobras e vai mudar radicalmente o cenário desta região do Estado. Nosso objetivo é fazer com que os municípios estejam preparados para receber o melhor desta mudança”, declarou o deputado.
A Petrobras informou que o empreendimento foi repensado em virtude do crescimento do consumo de derivados, principalmente a gasolina. Hoje, a companhia importa para garantir o consumo interno, que não para de crescer, com mais veículos circulando. O presidente da estatal, José Sérgio Gabrielli costuma dizer que, antes, as novas refinarias no Nordeste e as do Comperj serviriam para exportar o petróleo do pré-sal depois de refinado, para agregar valor ao produto. Agora, com o consumo interno aquecido, a maior parte dos produtos, como a gasolina, vai ficar aqui mesmo.
O diretor de Abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa, ressalta o impacto econômico para o município de Itaboraí, que abrigará o Comperj, e para a região. A primeira refinaria tem previsão para entrar em operação em 2013. A parte petroquímica entra em operação em 2016 e a segunda refinaria em 2018.
“Nossa projeção é de que o consumo de derivados cresça entre 3,8% a 4,5% até 2020. No Brasil, devemos consumir 3,2 milhões de barris por dia. O crescimento econômico de Itaboraí e da região será ainda maior. Serão instaladas indústrias de 2ª geração e de transformação, indústrias consumidoras de material plástico, além de empresas do setor de serviços, entre outras atividades”, afirma Paulo Roberto.
Empregos - Quanto à formação de mão de obra local, Paulo Roberto Costa destaca o treinamento, por meio do Centro de Integração do Comperj, em São Gonçalo, de cerca de 7 mil pessoas de 11 municípios do entorno. Em 2011 serão mais 6 mil pessoas e a expectativa total é de 30 mil trabalhadores treinados.
A Prefeitura de Itaboraí acredita que as modificações do projeto do Comperj serão benéficas para a cidade.
“Aumentando a dimensão de produção, mais empresas se instalarão na região, gerando assim mais empregos. Além de aumentar o poder econômico e financeiro da região”, argumenta o secretário municipal de Trabalho e Renda, Ricardo Guimarães.
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