Empresa de Eike negocia instalação de outra siderúrgica no porto do Açu
CIRILO JUNIOR 16/04/2010 - Folha Online Dinheiro
Enviado a São João da Barra (RJ) - A LLX, braço de logística da EBX, do empresário Eike Batista, negocia a construção de uma segunda usina siderúrgica no complexo do porto do Açu, em São João da Barra, no Norte Fluminense.
O presidente da companhia, Otávio Lazcano, disse nesta sexta-feira que já foram abertas, com um grupo estrangeiro, conversas para a instalação de uma unidade com capacidade instalada de 8 milhões de toneladas por ano. A LLX não teria participação na usina, que seria integralmente do investidor estrangeiro.
Somada à outra siderúrgica que deverá ser construída em parceria com a chinesa Wisco, a produção de aço no porto do Açu somará 13 milhões de toneladas anuais.
Na última quinta-feira, o presidente da China, Hu Jintao, e Eike Batista firmaram protocolo de intenções para a instalação da usina. Os chineses entrarão com 70% do investimento previsto de US$ 5 bilhões, com Batista ficando responsável pelo restante.
Lazcano disse que há um acordo de confidencialidade em torno da negociação com o pretendente da outra siderúrgica, e que a expectativa é que um acordo seja fechado até o fim do ano.
Em relação ao negócio com os chineses, o executivo informou que os trâmites legais estão "extremamente avançados". Os chineses estão fazendo os estudos de viabilidade financeira, e Lazcano afirmou que o contrato para tirar a usina do papel deve ser fechado também no final desse ano.
"Acho que o anúncio da segunda siderúrgica sai junto com os chineses", declarou.
Lazcano ciceroneou o vice-ministro de comércio da China, Jiang Yaopeng, e uma comitiva de 100 empresários chineses em visita ao porto do Açu, na manhã desta sexta-feira. Ao todo, o porto do Açu tem investimentos totais estimados em pouco mais de US$ 40 bilhões, com início das operações previsto para 2012.
Yaopeng disse que Brasil e China têm confiança política mútua, e destacou o aumento das trocas comerciais entre os dois países. No ano passado, o fluxo de negócios entre Brasil e China somou US$ 42,4 bilhões.
"As empresas chinesas contrataram US$ 4,8 bilhões em obras no Brasil, dos quais US$ 3,6 bilhões já foram concluídos. As economias dos países têm grande complementaridade", observou.
A LLX firmou memorando de entendimentos com as petrolíferas Shell e Devon -- recentemente adquirida pela BP -- para a construção de uma unidade de tratamento para até 1,2 milhão de barris diários de petróleo, que serviria basicamente para "limpar" o petróleo extraído da bacia de Campos, separando o óleo da água.
Lazcano explicou que, com o tratamento feito no porto, as empresas reduziriam os custos de frete do petróleo que seria embarcado por ali. A OGX, empresa de petróleo do grupo EBX, também utilizaria a estrutura. O pedido de licença ambiental já foi feita junto ao Inea (Instituto Estadual do Ambiente).
"Aqui é o quintal da bacia de Campos, não há lugar melhor para ser base de suporte da indústria do petróleo", afirmou Lazcano.
Repórter viajou a convite da LLX
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