Amyris perto de produzir diesel de cana em escala comercial
SÃO PAULO - A companhia de biotecnologia Amyris ficou mais próxima nesta quinta-feira de produzir em escala comercial óleo diesel a partir da cana-de-açúcar com a inauguração de uma unidade de demonstração em Campinas.
A instalação é o último estágio antes da construção da planta de produção comercial, que deve ocorrer entre o final deste ano e o início do ano que vem, em local ainda não definido.
A Amyris Brasil, subsidiária da americana Amyris Biotechnologies, com sede na Califórnia, emprega tecnologia própria na forma de leveduras modificadas para produzir combustíveis e químicos a partir da sacarose da cana, entre eles o diesel que é similar, segundo a empresa, ao produto produzido a partir do petróleo.
- Até o final do ano deveremos estar adaptando nossa primeira unidade comercial - afirmou John Melo, presidente-executivo da Amyris Biotechnologies.
Segundo ele, o plano da empresa é comprar uma ou duas usinas de açúcar e álcool no Brasil e adaptá-las para produzir combustíveis e químicos renováveis, a partir de sacarose.
Melo afirmou que a meta é poder comercializar o diesel, que é livre de enxofre, no mercado brasileiro a partir de 2011. Segundo ele, o produto é viável com petróleo acima de US$ 40 ou US$ 50 o barril.
Fernando Reinach, diretor executivo da Votorantim Novos Negócios e membro do Conselho de Administração da Amyris Biotechnologies, esclarece que o produto da empresa não é biodiesel, ou seja, não foi desenvolvido para disputar o mercado para o biocombustível criado com a lei brasileira de adicionar biodiesel ao diesel.
- Ele funciona exatamente como um diesel normal. Vai ser comercializado com distribuidoras - afirmou Reinach, acrescentando que a unidade comercial a ser erguida no Brasil será a primeira do tipo no mundo.
John Melo disse que o plano da companhia, no médio prazo, é fazer parcerias com usinas brasileiras para a instalação de equipamentos para a produção do diesel. A Amyris negociaria, então, uma fatia no faturamento com a venda do combustível no mercado.
Segundo ele, pelo menos cinco usinas já estão conversando sobre o projeto. Com isso, a usina poderia agrupar em um único complexo industrial a produção de açúcar, de álcool, de energia elétrica (com queima do bagaço) e de óleo diesel.
Fonte: REUTERS
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