sábado, 27 de fevereiro de 2010

Não há falta de engenheiros, mas poucos trabalham na profissão

O Ipea divulgou estudo que aponta que o Brasil saem das faculdades um número de engenheiros suficiente para o crescimento econômico nacional vigoroso pelos próximos anos como aponta várias previsões, mas apenas um de cada 3,5 deles está empregado em funções típicas da profissão.

Esse estudo desmente o novo mito recentemente entoado pela grande mídia, analistas e entidades do grande empresariado sobre o "apagão" de mão-de-obra técnica, especialmente em profissões como a engenharia. Na verdade, o que há é que devida as 3 últimas décadas de crônica falta de vagas (ou vagas oferecidas à baixo salário) para esses tipos profissionais acabou empurrando-os para outras áreas, fenômeno que infelizmente a pesquisa não aponta. As 3 últimas décadas brasileiras foram de ajuste estrutural, de desindustrialização e carência de investimentos infraestruturantes.

E atualmente, apesar da recuperação da atividade industrial e de grandes projetos de infraestrutura, há ainda poucas vagas, ou mesmo com boas ou atraentes remunerações, para engenheiros e técnicos. Infelizmente, ainda persiste a situação em que há vagas com baixo salários que não atraem os profissionais experientes e não são oferecidas para os profissionais com pouca experiência ou recém-formandos, assim prossegue no mercado de trabalho um círculo vicioso, que gera uma escassez relativas desses profissionais, ou mesmo reduz a atratividade para o ingresso de jovens em faculdades de engenharia e cursos técnicos.

Ipea: Brasil forma muitos engenheiros nas faculdades, mas poucos trabalham na profissão

Pedro Peduzzi - Repórter da Agência Brasil

Brasília – De cada 3,5 engenheiros formados no Brasil, apenas um está formalmente empregado em ocupações típicas da profissão. Isso mostra que o país tem um número suficiente de engenheiros para dar conta dos novos postos que devem surgir com o crescimento econômico. No entanto, é necessário que aumente a proporção de profissionais dedicados às áreas específicas da engenharia para que o país dê conta de acompanhar os cenários mais otimistas.

A avaliação é do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e consta da sexta edição do boletim Radar: Tecnologia, Produção e Comércio Exterior. Segundo o Ipea, o estudo foi motivado pela possibilidade de não haver número suficiente de engenheiros no país para dar conta da demanda que deverá surgir com o crescimento econômico. Isso, assinala a instituição, poderia resultar em um “apagão de mão de obra qualificada”, caso a economia venha a crescer a taxas mais altas ou por causa de mudanças tecnológicas, principalmente em alguns setores, como o do pré-sal. ( clique aqui para ler a íntegra )

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