Ancorar plataformas em águas profundas e ultraprofundas de maneira segura também é um grande desafio; assegurar a integridade das amarras que mantém a plataforma ancorada é um fator crítico.
Para muitas operações em águas profundas, o rompimento de uma das amarras pode por em risco toda a plataforma.
Anteriormente, eram utilizados ROVs periodicamente para verificar as condições das linhas. Porém, muitas vezes, a ruptura das amarras só era descoberta dias ou semanas depois do fato.
Um exemplo de uma inovação que chamou a atenção do segmento de prospecção de petróleo em águas profundas é o uso de cabos de poliéster, que tem o intuito de reduzir o peso das linhas de ancoragem.
Há cerca de 10 anos as empresas brasileiras e estrangeiras da área do petróleo vem empregando unidades flutuantes para produção de campos de petróleo em caráter permanente. Em alguns casos a tecnologia de ancoragem existente não fornecia as condições mais convenientes para o desenvolvimento dos campos encontrados, tendo empresas brasileiras decidido por implantação de alguns novos conceitos, como ancoragem "taut leg" (ancoragem – cabos esticados), o uso de cabos de poliéster e âncoras de carga vertical.
O uso de materiais não convencionais em sistemas de ancoragem de plataformas traz, ao mesmo tempo, enormes vantagens competitivas e desafios, tais como, viabilizar uma economia da ordem de 30 milhões de dólares no desenvolvimento do campo de Marlim e por outro lado, não ter qualquer referência para previsão de desempenho a longo prazo, uma vez que a muitas destas empresas possui as instalações mais antigas do mundo usando esta tecnologia.
Sob este aspecto a inspeção destes elementos toma uma importância capital, pois, existem hoje 9 unidades ancoradas na Bacia de Campos usando estes novos conceitos e todas as unidades em estudo para implantação, também, dependem destes mesmos materiais para ancoragem.
É apresentada a experiência obtida por empresas brasileiras na inspeção de sistemas de ancoragem de unidades flutuantes de produção nos últimos dez anos, os programas de inspeção / manutenção adotados e alguns resultados já obtidos.
DEFINIÇÕES
Amarra – corrente utilizada para ancoragem de unidades flutuantes
Ancoragem convencional – Sistema de ancoragem cujas linhas se apresentam em catenária e mantém a posição através da força induzida pelo desequilíbrio das configurações geométricas das linhas, contrabalançando as forças ambientais.
Ancoragem taut leg – Sistema de ancoragem cujas linhas se apresentam atirantadas e mantém a posição através da força induzida pela deformação elástica dos cabos de poliéster contrabalançando as forças ambientais.
Cabo de poliéster – Cabos de fibra sintética trançados, usados em ancoragem pelo baixo peso e capacidade de absorver as cargas ambientais, transformando-as em deformação elástica.
ROV – Veículo operado remotamente. Robô submarino, dotado de câmera de vídeo e manipuladores.
Spiral strand – Tipo de construção especial de cabos de aço onde as camadas sucessivas de fios são torcidas em direções opostas, gerando um cabo balanceado ao torque e muito sensível a danos no manuseio.
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